quinta-feira, 22 de março de 2012

ANP diz que Chevron fez 'análise incorreta' na exploração de petróleo (Postado por Lucas Pinheiro)

O assessor da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Silvio Jablonski , afirmou na tarde desta quinta-feira (22) que a empresa Chevron, responsável pela exploração de petróleo no Campo de Frade, da Bacia de Campos, fez uma análise incorreta do trabalho de exploração realizado na bacia. Em novembro do ano passado, um acidente em poço sob resposabilidade da empresa provocou o vazamento de 2,5 mil a 3 mil barris de óleo cru.

Segundo o assessor da ANP, o vazamento poderia ter sido evitado caso a Chevron tivesse realizado um revestimento "mais extenso" no poço de onde era feita a exploração de petróleo na Bacia de Campos. Jablonski participou de uma audiência pública, promovida pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.

"Nós identificamos que a Chevron fez uma análise incorreta do poço. Entre a penalidades que estamos aventando são aquelas que estão na lei, que envolve multa, mas não se afasta a possibilidade de ter penalidades quanto ao contrato de concessão, que, em alguns casos, permite até mesmo rescisão de contratos. É um leque de opções que temos", afirmou o representante da agência.

Representando a Chevron, o diretor de Assuntos Corporativos da empresa, Rafael Jaen Williamson, apresentou um histórico da atuação da empresa no Brasil, e afirmou que a Chevron está buscando formas técnicas para evitar novos acidentes como o que aconteceu na Bacia de Campos.

"Reconhecemos a necessidade de continuar melhorando nossos canais de comunicação com o publico e a comunidade. O objetivo é de alcançar soluções técnicas e institucionais pensados para melhor prevenir incidentes desta natureza", afirmou.

Segundo ele, monitoramentos feitos pela empresa apontam que não houve danos ambientais. "Contrariamente ao que foi noticiado, o contínuo monitoramento indica que o vazamento não causou danos para as pessoas, a fauna e a flora marinha" afirmou.

Ainda de acordo com o diretor da Chevron, a empresa e seus parceiros estão produzindo estudos complementares sobre o acidente, que serão encaminhados para análise da ANP.

"A Chevron e seus parceiros estão produzindo estudos complementares para conhecer as condições técnicas da área. Este estudo será apresentado para a ANP e contribuirá para as ações e respostas para eventos desta natureza [acidentes]", disse.



sábado, 17 de março de 2012

Marinha identifica 1 km de mancha em área de novo vazamento no RJ (Postado por Lucas Pinheiro)

Um inspetor naval da Capitania dos Portos do Rio realizou um sobrevoo na sexta-feira (17) sobre a área do novo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, na costa norte do estado, e identificou, segundo a Marinha, uma "tênue" mancha de óleo com cerca de 1 km. Em nota, a Marinha informou que o novo incidente foi a cerca de 130 km da costa.

Para o Ibama, a nova mancha de óleo pode ser decorrente do vazamento de 2011.

Além da Marinha, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) continuam acompanhando, de forma coordenada, o novo vazamento. Desde o dia 4 de março, a Marinha realiza sobrevoos na região e reforça o patrulhamento.

Na sexta-feira (16), o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que vai processar criminalmente a Chevron pelo novo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, na costa norte do Rio de Janeiro. Segundo o MPF, o procurador da República em Campos Eduardo Santos de Oliveira vai responsabilizar ainda todos os envolvidos. A assessoria, no entanto, não especificou quais seriam eles. A denúncia criminal deve ser protocolada na Justiça nos próximos dias.

Polêmica
Ao contrário do que afirmou o diretor de assuntos corporativos da Chevron, Rafael Jaen Williamson, de que a nova mancha de óleo não tem “relação direta” com o vazamento de novembro de 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em nota, afirma que o óleo é, “provavelmente, decorrente do vazamento registrado em novembro de 2011”. Em 2011, cerca de 2,4 mil barris de petróleo vazaram na região. A Chevron pediu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a suspensão da produção de petróleo no Campo de Frade.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou na noite de sexta-feira (16), por meio de nota, "que quer que a Chevron comunique, oficialmente, por que contrariou o parecer técnico que determinava que a mesma fizesse um revestimento, em aço, do entorno da fissura de 1.200 metros. A empresa só fez 600 metros".

Na quinta-feira (15), Williamson afirmou que “não há nenhuma evidência de que (o novo vazamento) tem a ver com o outro acidente”. Segundo o diretor da Chevron, uma nova fissura, com cerca de 800 metros de comprimento, de onde sai o óleo, foi encontrada a três quilômetros do local do primeiro vazamento, a cerca de 1,3 mil metros de profundidade. Williamson disse que ainda não há explicações para a causa do novo vazamento.

Na nota do Ibama, o instituto esclarece que, como a Chevron não estava operando o poço, a mancha que foi detectada pela Chevron não foi originada “de um novo vazamento”, mas sim de “um afloramento de óleo”, segundo informações preliminares do órgão federal. Ainda de acordo com a nota, a Coordenação de Emergências Ambientais e a Coordenação-Geral de Petróleo e Gás do Ibama, juntamente com a ANP, estão acompanhando a ocorrência.

Nesta sexta-feira, em nota, a Chevron afirmou que não recebeu nenhuma comunicação do Ibama e que, por isso, prefere não fazer comentários. A nota diz: “Até o momento, pelos estudos já realizados, não foi possível estabelecer uma ligação entre os dois incidentes. A empresa irá realizar os novos estudos para determinar as causas do novo afloramento.”

Ministra prefere não comentar
A assessoria de comunicação do Ibama em Brasília informou, também nesta sexta, que uma equipe técnica do instituto fez um sobrevoo no local onde a nova mancha foi localizada e está analisando o que pode ter ocorrido. No Rio de Janeiro, durante uma debate sobre economia verde no evento "Rumo à Rio+20", a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que não iria comentar sobre o caso: “Não vou falar sobre a Chevron. Aqui é outro fórum: o debate é a Rio +20. A gente ainda está aguardando informações.”

A ANP confirmou que recebeu o pedido da Chevron de suspender a produção no Campo do Frade. A assessoria de imprensa da ANP informou que a agência não tem prazo para dar a resposta à petroleira americana, e que o pedido pode, sim, ser recusado. Segundo a assessoria da ANP, é preciso ver o que o contrato diz, e o que a Chevron alega para parar de produzir no Campo de Frade.

Proibição de novas perfurações
A Chevron foi proibida de perfurar novos poços no local após o acidente do ano passado. As atividades do poço existente, no entanto, tiveram continuidade. Na terça-feira (13), a ANP decidiu manter a decisão de proibir a Chevron de perfurar novos poços no local. A ANP concluiu as investigações sobre o vazamento e informou que discorda da causa apontada pela empresa norte-americana, mas não deu detalhes sobre a apuração feita.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Chevron pede à ANP para suspender operações após novo vazamento (Postado por Lucas Pinheiro)

A petroleira Chevron informou nesta quinta-feira (15) que solicitou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para suspender temporariamente suas operações no Brasil, para a realização de estudos que permitam compreender o motivo do novo vazamento de óleo identificado no Campo do Frade, na Bacia de Campos. A companhia informou que quer entender mais detalhadamente o funcionamento do poço.

De acordo com a empresa, uma pequena mancha de óleo foi identificada no dia 4 de março. O local de origem do vazamento, no entanto, só foi encontrado na noite do dia 13. Segundo a empresa, a nova mancha encontrada foi resultado do vazamento de cinco litros de óleo. O incidente foi na mesma área onde, em novembro do ano passado, um acidente provocou o vazamento de 2,4 mil barris de petróleo.

“Passamos dias e dias sem conseguir determinar o local exato”, afirmou Rafael Jaen Williamson, diretor de assuntos corporativos da companhia. “O ponto foi identificado três quilômetros a leste de onde ocorreu o primeiro evento, a cerca de 1,3 mil metros de profundidade”, afirmou Mauro Pagan, engenheiro de instalações da empresa no Brasil.

A Chevron informou que foi feita dispersão mecânica do óleo vazado e que, no momento, não há mais mancha visível na superfície.

ANP e Ibama
Mais cedo, a ANP informou, em nota, que "autou a Chevron ontem (14/3) por não atender notificação da Agência para apresentar as salvaguardas solicitadas para evitar novas exsudações na área".

Ainda em nota, a ANP afirmou que "está acompanhando o vazamento desde o dia do incidente, 7 de novembro de 2011. Ontem (14/3) técnicos da ANP estiveram no Centro de Comando de Crise da Chevron e determinaram a instalação de um coletor no novo ponto de vazamento identificado pela empresa".

O Ibama informou que também está acompanhando a ocorrência e, segundo as informações preliminares, trata-se de afloramento de óleo, provavelmente, decorrente do vazamento do de novembro. "Em princípio, não se trata de um novo vazamento, uma vez que o poço não estava operando", disse, em nota, o órgão.

Proibição de perfuração
A Chevron foi proibida de perfurar novos poços no local após o acidente do ano passado. As atividades do poço existente, no entanto, tiveram continuidade. Na terça-feira (13), a ANP decidiu manter a decisão de proibir a Chevron de perfurar novos poços no local. A ANP concluiu as investigações sobre o vazamento e informou que discorda da causa apontada pela empresa norte-americana, mas não deu detalhes sobre a apuração feita.

Histórico da Chevron no país
A petroleira norte-americana Chevron iniciou suas atividades de exploração e produção de óleo e gás na Bacia de Campos em 1997, após a decisão do governo brasileiro de abrir as portas do setor de petróleo para investimentos privados.

A companhia detém participações em três projetos em águas profundas no Brasil, todos na Bacia de Campos, mas atua como operadora somente no Campo de Frade, onde detém 51,7% de participação. São parceiros da Chevron neste projeto a Petrobras, com 30%, e a Frade Japão Petróleo Limitada (FJPL), com 18,26%.

O campo de Frade está situado numa lâmina d'água de cerca de 1.128 metros, a aproximadamente 370 quilômetros a Nordeste do Rio de Janeiro. A empresa possui também participação nos campos de Papa-Terra (37,5%) e Maromba (30%). Mas nesses campos não é a operadora.